segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Foi sem querer.

Estranho já não é estranhar a vida.
Vivemos a estranhar, nós os que vivemos estranhos.
E nos estranhos encontramos por vezes um lugar nosso.
Comuns na nossa estranheza, ou a estranhá-la, encontramos o estranho maior que é o amor.
Vivemos esperando que soe menos estranho.
Menos longe, menos estrangeiro.
Mas sempre de olhos postos lá ao fundo...
Ao perto sente-se uma estranheza na pele.
E todos sabemos que o que é estranho mete medo.
Nunca deixando de ser estranho para mim que me sou, percebo que prefiro sentar-me nesse lugar escuro em que me imagino só.
E no final estamos todos estranhamente sentados
costas com costas,
braço a braço,
lado a lado na estranha solidão que é estranhar o ser.



Fresco como um peixe ainda a lutar pela vida, seguro pela minha mão trémula.
Como uma brincadeira de crianças...
Foi sem querer.

2 comentários:

Afonso Martins disse...

Muito bem Íris!

"O Amor é um lugar estranho"

Íris. disse...

Isso vindo de ti é um regalo! :)