Hei de fugir como um coelho, tão rápido que o vento assobiará nas minhas orelhas!
(ouvi isto ou algo parecido algures... e não me lembro onde...)
Pois se só existem portas de saída, eu hei de abrir um lugar de passagem!
9|2|2011
9|2|2011
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!"
José Régio
Vamos ouvir o que esta senhora tem para dizer. 6|2|2011
"They play it safe, and are quick to assassinate, what they do not understand, they move in packs, ingesting more and more fear in every act of hate on one another, they feel most comfortable in groups, less guilt to swallow, they are us, this is what we have become, afraid to respect the individual. A single person with inner circumstance can move one to change to love our-self and evolve."
Erykah Badu
(como sempre não consigo por o link a funcionar... -.-)
http://www.youtube.com/watch?v=9hVp47f5YZg
A pérola da semana xD 28|1|2011
Palavras para quê?!?
Vá... de facto contrasta com o meu conteúdo habitual... mas valores mais altos se levantam!
Eu explico:
Estava a Íris e o André Carvalho a pesquisar sobre festas populares na net... quando vindo do inexplicável surge, no site de Montalegre, esta pérola que é o promo video da Feira do Fumeiro de Montalegre!!!! Versão oficial e inconfundível!!
Fiquem com a letra e video, vale a pena! xD
Feira do Fumeiro e Presunto de Barroso 2011 em Montalegre - Promo Oficial
http://www.youtube.com/watch?v=Noxm58gB9_o&feature=player_embedded
(porcaria do link n tá a funcionar vai mesmo assim)
"Uma chouriça a grelhar aqui ao lado,
e um arroz de grelhos ou até com pão...
Uma alheira e um presunto bem fumado..
Não vai poder dizer que não!!!
Venha a Montalegre de Janeiro a Janeiro!
Venha conhecer a nossa Festa do Fumeiro!
Comer aqui é bem melhor...
E o tempo é bem fresquinho...
Tudo aqui tem mais sabor...
E também neva um bocadinho!
Venha ver o castelo e a Serra do Arouco!
Com tanto para ver é capaz de ficar louco!
Venha a Montalegre situado em Trás-os-Montes
Com alguma sorte ainda conhece o Padre Fontes!
Padre Fontes! Padre Fontes!
Venha a Montalegre de Janeiro a Janeiro!
De 26 a 30 é a Feira do Fumeiro!
Venha a Montalegre de Janeiro a Janeiro!
Venha ser feliz aqui na terra do Fumeiro!
EM JANEIRO VENHA À FESTA DO FUMEIROOOOOO!!!"
In "Contemporânea", nº 4 (excerto). 23|1|2011
"Não há ideias nem estéticas senão nas ilusões que nós fazemos deles. O ideal é um mito da acção, um estimulante como o ópio e a cocaína: serve para sermos outros, mas paga-se caro - com o nem sermos quem poderíamos ter sido.
(...)
E eu acho, e deverei talvez sempre achar, que não dar desculpas é melhor que ter razão."
Álvaro de Campos
Newcastle-on-Tyne, 17 de Outubro 1922
Mark Ryden - The Tender 24|7|2009
Snow White