Carregam-se embalados pela dança.
Resignado ao fardo, o corpo.
Ébrios de escarlate desejo,
desavindos da finitude.
Vão efémeros os tolos.
Cambaleando se elevam
desajeitados objectos da luxúria.
Progridem pesadamente os passos
sobre o chão inconsentido.
Cerram os dentes para sentir,
para pular a dor e o queixume do sôfrego cadáver.
Tranbordam a humanidade como excrementos.
Querem ser santos?
De que serve a ascensão quando já não há vislumbre?
É só esse lugar casto.
Ao avesso se remetem.
Afirmam-se pelo contraste.
Sentem o leve toque da viçosa imperfeição.
Clamam e esticam-se para chegar lá.
O olhar fixa-se louco.
O corpo enrola-se e verga-se na pressa de chegar.
Moram a impaciência e tremem as vaidades.
Masturbam-se da eterna busca,
para que só a morte finde o frenético exercício.
1 comentário:
É impressão minha ou falas aqui da igreja?
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